O consumo de bebidas alcoólicas faz parte dos hábitos de muitos brasileiros. Conforme o levantamento publicado em novembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 26,4% da população com 18 anos ou mais costumava consumir álcool uma vez ou mais por semana em 2019. Essa prática envolve uma série de consequências, inclusive à saúde, mas alguns estudos mostram que a moderação pode ser benéfica.
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Apesar de serem poucos, comparados aos malefícios físicos, mentais e sociais, quaisquer benefícios potenciais do álcool são relativamente pequenos e não se aplicam a todas as pessoas, nem superam os riscos do consumo. Ou seja, não é necessário começar a beber ou ter mais frequência nesse hábito para melhorar a saúde, pois outras práticas saudáveis, como boa alimentação, exercícios físicos e dormir bem, podem garantir maiores benefícios. As informações são baseadas em um artigo da Mayo Clinic e uma publicação do portal “Insider”.
Confira a seguir quatro possíveis benefícios do consumo moderado de bebidas alcoólicas — uma dose diário para mulheres e duas para homens — por adultos saudáveis, aliados à dieta balanceada e prática atividades físicas:
Pode reduzir o risco de insuficiência cardíaca
Enquanto o excesso pode trazer riscos à saúde cardiovascular, o consumo moderado pode reduzir o risco de insuficiência cardíaca, conforme indicam estudos.
Publicado em 2006, um estudo registrou que o consumo leve a moderado de álcool está associado a um menor risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, bem como uma possível redução do risco de doença cardiovascular em pessoas de meia-idade.
Na década de 80, uma pesquisa — realizada a partir de amostras de mais de 87 mil enfermeiras com idades entre 34 e 59 anos — descobriu que o risco de doença coronariana e AVC entre as que bebiam moderadamente era baixo.
Outro estudo, em 1999, também demonstrou que o consumo leve pode diminuir a incidência de doença cardíaca e doença arterial coronariana, bem como ajudar na prevenção da formação de coágulos nas artérias.
Pode reduzir o risco de diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 também pode ter menor incidência entre essas pessoas em comparação as que exageram na bebida e as abstêmias. O resultado foi publicado em 2005, com base em uma análise que compilou dados de 15 estudos diferentes, relacionando o estilo de vida saudável.
“Há uma redução notável de 30% no risco para quem bebe com moderação”, disse o cardiologista Robert Segal ao “Insider”.
Pode favorecer a longevidade
Em 2014, três universidades da Espanha publicaram um estudo que acompanhou um pequeno grupo de participantes por 12 anos. O resultado mostrou que os que beberam moderadamente pequenas quantidades de vinho ao longo da semana apresentaram 25% menos risco de mortalidade.
Essa não foi a única evidência de que o álcool pode favorecer a longevidade. Outro estudo, com mais de 300 mil participantes adultos, destacou que aqueles que mantiveram seus hábitos de consumo moderado apresentaram risco mortalidade reduzido em 21% — comparado aos que nunca beberam.
Pode fortalecer os ossos das mulheres na pós-menopausa
A densidade e massa óssea são afetadas pela idade, favorecendo o risco de osteoporose, principalmente em mulheres na pós-menopausa devido às mudanças hormonais desse período. No entanto, segundo um estudo em 2012, publicado no “Journal of The North American Menopause Society”, esse problema pode ser reduzido com a ingestão moderada de álcool.